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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Poluição pode prejudicar o cerebro

Se você quer que sua mente funcione melhor e esteja mais protegida da deterioração precoce, utilize uma máscara para filtrar o ar que respira quando a poluição aumenta, procure escolher para viver uma vizinhança livre de fumaças e com amplas áreas verdes ou, pelo menos, reduza a quantidade de horas diárias que permanece exposto à contaminação atmosférica. Definitivamente: para cuidar do cérebro convém se aproximar todo o possível do ar puro e se afastar o mais que puder do contaminado. São as recomendações que poderiam ser retiradas de uma recente pesquisa com roedores de laboratório, realizada pela Universidade Estatal de Ohio (OSU, segundo a sigla em inglês), segundo a qual a exposição a longo prazo à poluição do ar pode ocasionar mudanças físicas no cérebro, assim como problemas de aprendizagem, memória e quadros depressivos.
"Outros estudos demonstraram os efeitos daninhos da contaminação do ar no coração e nos pulmões, mas este é um dos primeiros que mostra seu impacto negativo no cérebro", explicou a estudante de doutorado em neurociência Laura Froken, principal pesquisadora do estudo na OSU. De acordo com Laura, "uma exposição prolongada ao ar contaminado pode ter efeitos negativos visíveis no cérebro, o que poderia causar vários problemas de saúde". Para sua pesquisa, um grupo de ratos foi exposto a ar filtrado e outro ao ar contaminado, durante seis horas diárias, cinco dias por semana, durante dez meses, um lapso equivalente a quase a metade do período de vida da cobaia. O ar contaminado continha partículas diminutas, de uma trigésima parte da grossura comum de um fio de cabelo humano, do tipo que liberam para o ar carros e fábricas, e também provenientes de pó natural, as quais podem alcançar áreas profundas dos pulmões e de outros órgãos.
O ar sujo que respiramos A concentração de partículas à qual os ratos foram expostos equivale à que um ser humano é submetido em algumas áreas urbanas poluídas, de acordo com os pesquisadores. Após dez meses de exposição ao ar poluído ou ao filtrado, os pesquisadores realizaram uma variedade de testes de conduta nos animais, comprovando que aqueles que respiraram o ar contaminado tiveram mais dificuldades para aprender e lembrar, comparados com os quais receberam ar limpo. Em outros testes, os roedores expostos ao ar poluído mostraram mais comportamentos depressivos e níveis mais altos de ansiedade que os que respiraram ar filtrado. Ao estudar o hipocampo dos animais - uma área cerebral relacionada à aprendizagem, à memória e à depressão – foram observadas diferenças físicas claras entre o dos ratos expostos ao ar contaminado e o dos quais não foram, assinalou Laura, que é membro do Instituto de Pesquisa de Medicina do Comportamento da OSU. "Estudos prévios mostraram que este tipo de mudanças no hipocampo cerebral estão relacionados com uma diminuição da aprendizagem e da memória", assinalou o pesquisador Randy Nelson, coautor do estudo e professor de neurociência e psicologia na OSU.

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